As técnicas mais comuns para determinação da distribuição de tamanhos de partículas são a análise dinâmica por imagem (DIA), a dispersão de luz de laser estática (SLS, também chamada de difração de laser), difração dinâmica de luz (DLS) e análise por peneiramento.
Este artigo apresenta as vantagens e retornos de cada técnica, bem como a possibilidade de comparação mútua.
Cada método atende a um intervalo de tamanho característico dentro do qual a medição é possível. Em parte, esses intervalos se sobrepõem. Assim, por exemplo, DIA, SLA e peneiramento podem todos medir partículas numa faixa de 1 µm a 3 mm. Todavia, os resultados de medição da mesma amostra podem variar consideravelmente.
A tabela abaixo oferece uma visão geral dos intervalos de medição das diversas tecnologias e os respectivos analisadores da Microtrac.
A análise por peneiramento ainda é o método tradicional e mais utilizado para a determinação de tamanho de partículas. Um jogo de peneiras consiste de várias peneiras de malha crescente empilhadas uma sobre a outra, depositando-se a amostra na peneira superior.
O jogo é acoplado a um agitador de peneiras e posto para vibrar, em geral por 5 a 10 minutos. Com isso, as partículas são distribuídas nas peneiras do jogo (frações) segundo seu tamanho,
Idealmente, as partículas atravessam a malha de peneira mais fina possível com sua superfície de menor projeção. Tomando-se partículas cúbicas como modelo, isto corresponde ao comprimento das arestas do cubo. No caso de partículas lenticulares, o tamanho determinado pela análise por peneiramento será um valor entre a espessura e o diâmetro da lentilha se a partícula estiver orientada em diagonal na passagem pela malha da peneira (vide figura à direita).
Portanto, a análise por peneiramento é uma técnica que mede partículas em sua orientação preferenciaL, com tendência a determinar principalmente a largura da partícula.
A análise por peneiramento é executada até um ponto em que a massa da amostra nas respectivas peneiras não se altera mais (= massa constante). Pesa-se cada peneira e calcula-se o volume de cada fração em porcentagem por peso, obtendo-se assim uma distribuição em função da massa.
A resolução da análise por peneiramento é limitada pelo número de frações de tamanho que se pode obter. Um jogo padrão de peneiras consiste no máximo de 8 peneiras, o que significa que a distribuição dos tamanhos das partículas se baseia em apenas 8 dados. A automação do processo é difícil, o que o torna bastante demorado. Os passos de procedimento da análise por peneiramento são: pesagem inicial, 5-10 minutos de peneiramento, repesagem e limpeza das peneiras.
As fontes mais comuns de erros são a sobrecarga das peneiras (bloqueio das malhas das peneiras, com resultados excessivamente grossos); peneiras velhas, desgastadas ou danificadas (resultados excessivamente finos ou erros na transferência de dados). Deve-se também levar em conta que as aberturas das malhas de peneiras segundo a nova norma também estão sujeitas a certas tolerâncias.
Para a abertura média real de uma peneira de 1 mm, por exemplo, permite-se um desvio de aproximadamente ±30 µm, para uma peneira de 100 ela é de ±50 µm (ou seja, a abertura real situa-se entre 95 e 105 µm). Todavia, é justamente o valor médio que implica que algumas das aberturas possam ser ainda maiores.
Mediante Análise dinâmica por imagem (DIA), um grande número de partículas será movido por um sistema de câmeras e analisado em tempo real.
Os modernos sistemas DIA registram várias centenas de quadros por segundo e avaliam em poucos minutos milhões de partículas individuais.
Câmeras rápidas, fontes de luz brilhante, breves tempos de exposição e um software potente são os pré-requisitos disso. A imagem abaixo mostra o princípio de medição da série CAMSIZER da Microtrac como exemplo de um analisador DIA.
Em contraste com a análise por peneiramento, o DIA mede as partículas em orientação totalmente aleatória. Com base nas imagens das partículas, determina-se uma variedade de parâmetros de tamanho e de formato. Parâmetros típicos de tamanho são por exemplo largura, comprimento e diâmetro de um círculo equivalente (vide figura abaixo.
Os parâmetros para descrever o formato das partículas incluem esfericidade, simetria, convexidade e razão de aspecto. Uma característica essencial do DIA é a sensibilidade de detecção extremamente elevada de grãos de tamanho excessivo. O CAMSIZER® P4, por exemplo, foi projetado para detectar cada partícula individual de uma amostra; o modelo CAMSIZER® X2 tem um limite de detecção de 0,01% para partículas superdimensionadas. A resolução dos sistemas DIA também é imbatível: as menores diferenças de tamanho na faixa micrométrica são detectadas de forma confiável, e distribuições multimodais são resolvidas sem falhas.
Numa comparação do DIA com análise por peneiramento, a "largura" da partícula é o melhor parâmetro. Todavia, na medição de partículas de formato irregular ainda existem diferenças sistemáticas nos resultados obtidos porque o DIA mede as partículas em orientação aleatória. As diferenças na distribuição dos tamanhos de partículas são características para cada formato definido de partículas. O software do CAMSIZER® oferece algoritmos que permitem correlacionar os resultados do DIA com quase 100% daqueles obtidos em análise por peneiramento (vide fig. abaixo). Este procedimento é frequentemente empregado em aplicações de análise de tamanho de partículas para controle de qualidade porque em um mercado globalizado muitos produtos são analisados por diferentes laboratórios com diferentes técnicas de medição, criando a necessidade de comparabilidade.
Com análise por difusão de luz laser estática (SLS), também chamada de difração de laser, o tamanho das partículas é medido indiretmente pela detecção da intensidade das distribuições de luz laser difundida por partículas sob diferentes ângulos. A figura abaixo mostra a configuração do Microtrac SYNC, um granulômetro de última geração com sua exclusiva geometria tri-laser e uma módulo de câmera adicional.
1. Câmera, 2. Laser 1, 3. Laser 2, 4. Conjunto detetctor, 5. Fonte de luz DIA, 6. Conjunto detector, 7. Laser 3
Esta técnica baseia-se no fenômeno de difusão da luz por partículas. A correlação entre distribuição da intensidade e o tamanho das partículas é bem conhecida. Simplificando, partículas grandes difundem a luz para ângulos fechados, enquanto partículas pequenas produzem padrões de difusão em ângulos abertos.
Partículas grandes geram distribuições de intensidade bastante aguda, com máximos e mínimos bem distintos em ângulos definidos, e o padrão de difusão de luz de partículas pequenas torna-se mais e mais difuso, e a intensidade total decresce. É particularmente difícil medir partículas de tamanhos diferentes em uma amostra multidispersa porque os sinais individuais de difusão de luz das partículas se sobrepõem mutuamente.
A difusão de luz laser estática (SLS) é um método indireto que calcula as distribuições de tamanho de partículas com base nos padrões superpostos de luz difusa causados por todo um conjunto de partículas. Além disso, é necessário conhecer as propriedades ópticas do material (índice de refração) em partículas pequenas para que o cálculo gere resultados confiáveis.
Como a teoria do SLS se baseia na premissa de partículas esféricas, não há possibilidade de avaliação do formato. Uma desvantagem do SLS é sua resolução e sensibilidade relativamente baixa. Grânulos de tamanho excessivo também só podem ser detectados por analisadores modernos a partir de aprox. 2% em volume. A fim de resolver distribuições multimodais, o tamanho dos dois componentes precisa diferir por um fator de no mínimo 3.
A grande vantagem da difração de laser é ser uma técnica rápida e estabelecida, que oferece grande flexibilidade. Com um intervalo de medição de alguns poucos nanômetros a milímetros, o método pode ser usado para a maioria das necessidades da tecnologia de partículas. A análise por imagem não pode ser aplicada a partículas <1 µm. As análises com equipamentos SLS são fáceis de executar e podem ser amplamente automatizadas.
A figura acima e à esquerda mostra a comparação entre SLS, DIA e peneiramento pelo exemplo de uma amostra de pó de café. A análise por peneiramento gera o resultado mais fino, com a medição de largura do CAMSIZER® X2 (DIA) fornecendo um resultado comparável quando se considera a largura das partículas. A análise por laser torna impossível a comparação com peneiramento - o resultado corresponde aproximadamente à área x (diâmetro do círculo com a mesma área) od DIA. Todavia, o resultado inclui todas as dimensões de partículas, que são então correlacionadas a partículas esféricas. Isto ocorre porque o SLS sempre fornece distribuições mais largas que a análise por imagem.
Isto torna-se ainda mais claro na imagem à direita. Nela mediu-se uma amostra de fibras de celulose com o CAMSIZER® X2 e em comparação com um granulômetro a laser. Enquanto a análise por imagem distingue entre espessura e comprimento das fibras, isto não é possível com a difração de laser. A curva de medição do SLS corre inicialmente paralela à medição da largura e depois aborda "fiber length".
Difusão dinâmica de luz (DLS) baseia-se no movimento browniano de partículas em suspensões. Partículas menores movem-se mais rapidamente, partículas maiores movem-se mais lentamente. A luz difundida por essas partículas contém informações sobre a velocidade de difusão e, portanto, sobre a distribuição dos tamanhos. O tamanho de partícula determinado é um diâmetro hidrodinâmico. A equação de Stokes-Einstein descreve a relação entre tamanho de partícula, taxa de difusão, temperatura e viscosidade:
O diâmetro hidrodinâmico do DLS costuma ser um pouco maior que o tamanho médio das partículas determinado por difusão estática de luz. O DLS é particularmente adequado para a análise de nanopartículas quando a difusão estática de luz esbarra nos seus limites. Por outro lado, o DLS só funciona com tamanhos de partícula de até 10 µm e sua imprecisão vai aumentando de 1 µm para cima. Entretanto, muitos analisadores DLS oferecem adicionalmente a possibilidade de determinar o potencial zeta e o peso molecular.
1. Detector | 2. Raio laser refletido & luz dispersaa | 3. Janela safira | 4. Divisor de raio Y | 5. lente de GRIN | 6. Amostra | 7. Raio laser em fibra óptica | 8. Laser
Finalmente, a opção entre adotar uma solução simples por peneiramento ou investir em uma análise por difração de laser ou dinâmica por imagem dependerá do volume de testes, do orçamento, do pessoal disponível e dos padrões internacionais específicos ou necessidades da clientela a considerar.
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